PÍTIA

Fevereiro 03 2010

 

Aos fins de semana esgueirava-me de casa para o meio do mato. Cada sobreiro tinha um nome, imaginava em cada um uma pessoa feliz por me ver. Imaginava a sua tristeza se eu não fosse porque não se podiam deslocar para me ver a mim.

Num velho caminho de gado que contornava já não me lembro o quê, nem sei bem onde ia acabar, existia um especial.

Saía de casa no verão, debaixo de calores infernais com o meu chapéu de palha, os calções e as sandálias de tirinhas. Levava a fisga, o pião, as tiras de papel, eternas companheiras da solidão das horas mortas e sufocantes. Olhava-a de longe e sentia-a sorrir para mim reconhecida. Algumas vezes leveva um regador de plástico para tomarmos chá. Aproximava-me e fazia-lhe uma vénia, era a velha rainha D.Leonor. Depois abraçava-a e ficava ali debaixo da sua sombra contando-lhe os segredos da semana: quantos índios tinha capturado, as caravanas no deserto, os ataques das tropas inimigas, como se tinham portado os meus cavalos em batalhas sangrentas contra os mouros. Corria de uma árvore para outra a cumprimentá-las todas. Todas eram minhas amigas. Pedia desculpas por perder menos tempo com elas e voltava para a realeza onde tinha o "chá" à espera. Com cerimónia, despejava a água à volta do seu tronco e desejava que estivesse perfeito para sua magestade.

Não era assim tão criança, mas as coisas da gente grande pouco me interessavam, já tinha desistido da humanidade. Falar com as pessoas era muito menos interessante do que estar com os pastos, os bichos e as árvores.

Cultivava este amor pela D.Leonor desde a primária. Nunca sonhei com bonecas, serviços de louça ou outras tralhas que as minhas amigas recebiam de presente. Nunca usei tranças (a minha mãe bem queria), mal saía de casa, desmachava o penteado e lá ia eu para o montado. Um dia peguei na tesoura e cortei os cabelos que pesavam nas costas. E durante muitos anos fui um rapaz. Mas a D.Leonor aceitava-me sempre fosse eu como fosse.

Há pouco tempo disseram-me que caiu, ou ardeu, ou simplesmente foi arrancada em nome do progresso. O meu velho coração partiu-se e chorou, só eu sei quanto.

Resta-me a palmeira que eu mesma plantei no meu quintal e fui vendo crescer com o passar do tempo. A Bolinhas. E ainda lhe chamo "minha" e ainda digo "o meu bairro", " a minha rua", "o meu quintal". Morreram as pessoas a quem pregava partidas, morreu o lugar, perdi muitas das memórias e tal como uma estúpida fiz as visitas de quem não conhece nada. Dei as voltas aos bairros "desenvolvidos", fui aos cafés, mas a estes lugares  míticos não voltei. Tenho saudades e sonho com eles, mas vê-los mortos, ou desaparecidos não consigo.

Uma vénia hoje e sempre a si, D.Leonor. Obrigada por ter ouvido tanto sem nunca me julgar ou dar sermões. Você foi uma grande amiga.

publicado por so12 às 00:50

Novembro 29 2008

Lá fora a chuva está suspensa... Novembro do descontentamento.

A estupidez é uma forma de estar na vida que respeito. Menos em mim. Pode ser que mais tarde a chuva caia...

publicado por so12 às 14:58

Março 01 2008
Divisão de bens entre  Adão e Eva

Quando Deus criou Adão e Eva, disse aos dois:
- Tenho dois presentes para distribuir entre vocês: um é para fazer xixi em pé e...

Adão, ansiosíssimo, interrompeu, gritando:
- Eu! Eu! Eu! Eu!  Eu quero, por favor... Senhor, por favor, por favor, Sim? Facilitaria-me a vida substancialmente! Por favor! Por favor! Por favor!

Eva concordou e disse que essas coisas não tinham importância para ela. Então, Deus presenteou Adão.

Adão ficou maravilhado. Gritava de alegria, corria pelo jardim do Éden fazendo xixi em todas as árvores. Correu pela praia fazendo desenhos com seu xixi na areia. Brincava de chafariz. Acendia uma fogueirinha e brincava de bombeiro...

Deus e Eva contemplavam o homem louco de felicidade, até que Eva perguntou a Deus:
- E... qual é o outro presente?

Deus respondeu:

- Cérebro, Eva, cérebro...
publicado por so12 às 00:13

Fevereiro 24 2008
A unidade sincrónica e a identidade diacrónica da consciência impõem-se como questões fundamentais no centro das ciências cognitivas, da filosofia do espírito, da ética e da epistemologia lato sensu. Saber se tal unidade e tal
identidade são qualidades absolutamente reais, apenas funções fortemente plausíveis ou epifenómenos meramente
ilusórios, permanece profundamente controverso e tem consequências imediatas no modo como se compreende a
cognição e a personalidade. A possibilidade de um sistema objectivo de conhecimento, assim como de um sistema
responsável de acções, depende de um certo tipo de auto-consciência unificada. Ora, este campo representacional
unificado ou este fluxo de operações subjectivas requer uma actividade, um processo, através do qual o Eu é produzido.
Por conseguinte, uma mente radicalmente múltipla ou dissociada é uma mente sem Eu, e esta carência de Eu
desestrutura (ou mesmo aniquila) não só processos cognitivos, mas também emocionais e sociais. Porém, a unidade
mental é possivelmente apenas o incessante trabalho de auto-unificação e de auto-integração, cujo estatuto subjectivo
se afigura assaz ambíguo, pois pode ser descrito quer como um simples objecto de crença, um sentimento intelectual ou
um dinamismo inconsciente. Mediante a releitura da noção de apercepção transcendental em Kant e Fichte, tal como da
concepção de experiência interna e de auto-consciência em Wittgenstein e W. James, pretende-se interrogar o
significado de se ser um Eu e a sua pertinência para o vasto debate contemporâneo
.

publicado por so12 às 04:34

Fevereiro 21 2008

THE TIME

BEFORE TIME

The only remnants, such as they are, of this prehistoric

era are found today in the inhospitable region of Khazad

in north-western Talislanta. Travellers to the region can

fi nd stone pillars and grave markers dotting the landscape

at irregular intervals; evidence of the long-departed race

known as the Thane, who were—according to carvings on

the gravestones—a tall breed of humanoids. It is not known

exactly when the Thane came to the region, for the Time

Before Time stretches back to the world’s very creation. It

would seem that the Thane were either the lone example

of the region’s inhabitants in ancient times, or simply the

only ones who left their mark for future races to witness.

Whatever the truth of the race, they lived and died in the

Forgotten Age, lasting many centuries without establishing

any real contact with the rest of the world as it developed.

Perhaps they had grown used to being alone.

publicado por so12 às 21:58

Fevereiro 17 2008

 

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publicado por so12 às 21:19

Fevereiro 10 2008

Aprendi... sei que está frio. É um estado de alma apenas e essa vende-se.

Mas ter medo...

Irracional,

Tonto,

Brutal,

Escarninho,

Indeciso............... pede sempre UM SORRISO.

publicado por so12 às 22:51

Fevereiro 08 2008
Para a Santa Madre Igreja, para os exércitos, para a grandiosa hipocrisia, para o raio que parta esta porra toda!
Ahh que saudades do belo tempo do Santo Ofício... das Cruzadas... enfim, de quando podíamos salvar a alma em troca de umas moedas...
publicado por so12 às 14:05

Fevereiro 01 2008

Oh meus amigoszzzzzz estou com uma soneira tal que não resisto.... é que não dá mesmo:

O sofá chama-me com doces sussuros: "vem, vem..." e eu... oh se vou! Vou mesmo! Dormir..ahhh que prazer, ter tanto para fazer e ... adormecer! Ao Piano "Prelúdios de Carnaval" de Choupal até à Lapa... zzzzzzz Ahhhh o conforto do lar....

publicado por so12 às 15:05

Janeiro 31 2008









publicado por so12 às 23:04

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